segunda-feira, 4 de junho de 2012
AES Brasil busca aquisições de eólicas; descarta Neoenergia
SÃO PAULO - A AES Brasil avalia aquisições no segmento de energia eólica para compor um portfólio de geração, além de outras oportunidades para participação em leilões de energia com essa fonte, disse o presidente do grupo, Britaldo Soares.
"A gente está olhando uma série de oportunidades que podem viabilizar a participação em leilões e também oportunidades de aquisições", afirmou ele durante o Reuters Latin American Investment Summit, nesta sexta-feira.
A AES Brasil pretende aumentar a capacidade de geração na AES Tietê em 3 mil megawatts até o final de 2015, com energia eólica e termogeração a gás, sendo que esta última será o foco de interesse para competição no leilão de energia A-5 em outubro, e para o qual cadastrou a termelétrica Termo São Paulo (550 MW), na cidade de Canas (SP).
No entanto, a Termo São Paulo, que também está cadastrada para participar do leilão A-3 deste ano, ainda depende da garantia de suprimento de gás natural para que efetivamente possa entrar no certame. A licença ambiental prévia da usina, que estava suspensa por liminar da Justiça, já foi derrubada em maio, informou o presidente da AES Brasil.
Já o projeto da termelétrica em Araraquara, de 579 MW, no qual a AES Tietê tem uma opção de compra a ser exercida, ainda não deve entrar em leilões neste ano. "Acho pouco provável", afirmou, ao mencionar que os trâmites para que a empresa exerça a opção de compra estão em andamento.
Britaldo Soares disse ainda que a empresa não está avaliando disputar a concessão de hidrelétricas que o governo pretende licitar no leilão A-5 deste ano. "O primeiro interesse nosso no A-5 é cuidar das termelétricas."
No setor de distribuição, no qual a AES Brasil atua por meio da Eletropaulo e da AES Sul, o grupo não avalia o crescimento por meio de aquisições de novos ativos que estariam à venda no momento.
"A gente não está olhando Grupo Rede e Neoenergia também não estamos avaliando. Acho que ali (na Neoenergia) tem uma equação societária que deve ter a sua própria solução. A AES tem por vocação operar o negócio que ela detém, ser controladora."
O Grupo Rede Energia busca investidor para sua controlada Celpa, distribuidora paraense de energia, que está em processo de recuperação judicial, e o sócio majoritário do grupo, Jorge Queiroz Jr., chegou a colocar à venda sua participação de cerca de 54 por cento na holding.
A espanhola Iberdrola estaria considerando alienar sua participação de 39 por cento na Neoenergia, companhia que controla as distribuidoras Coelba (BA), Cosern (RN) e Celpe (PE) e que tem participações nas hidrelétricas Teles Pires e Belo Monte. Os outros sócios da Neoenergia são o fundo de pensão Previ e o Banco do Brasil.
REVISÃO TARIFÁRIA
A proposta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de redução média de 8,81 por cento na tarifa da Eletropaulo dentro da revisão tarifária da empresa deve ser amenizada para a distribuidora, de acordo com expectativa do presidente da AES Brasil.
"Nós estamos trabalhando nessa direção.. Houve uma intensa troca de informações, existem algumas diferenças, que é o que estamos discutindo, mas eu acredito que vamos ter uma evolução, sim", disse.
O processo de revisão tarifária da empresa segue até o fim do mês e a nova tarifa deve entrar em vigor a partir de 4 de julho.
"Esse é uma assunto no qual vamos caminhar até o final dele. As discussões vão até lá (final de junho), de maneira que a gente tenha um processo com um cuidado de trazer para a distribuidora uma revisão tarifária que tenha consistência com o equilíbrio daquilo que coloquei na audiência pública: modicidade tarifária, investimento, qualidade do serviço e retorno do negócio", completou.
O principal ponto de discordância da Eletropaulo no processo de revisão tarifária está relacionado à base de remuneração da empresa considerada pela Aneel. A agência reguladora não teria considerado todos os investimentos que a distribuidora esperava constarem no cálculo para a definição da nova tarifa.
DESONERAÇÃO DA TARIFA
Apesar de a desoneração da carga fiscal nas tarifas de energia não afetar as empresas de distribuição, Britaldo Soares considera que uma medida nesse sentido por parte do governo é fundamental, principalmente em um momento em que há certa preocupação com a competitividade da indústria brasileira.
"É muito bem vindo. Não é que vá favorecer as distribuidoras. Na verdade, vai é favorecer a sociedade brasileira como um todo e, naturalmente, contribuir para a discussão da competitividade da indústria brasileira também."
(Fonte: Reuters/Por Anna Flávia Rochas e Guillermo Parra-Bernal)
Bertin reestrutura negócios de energia
O grupo Bertin acaba de finalizar um plano com várias propostas para solucionar sua intricada situação na geração de energia térmica. Levado para análise e aprovação da Aneel, agência reguladora do setor, na quinta-feira, o plano abrange a venda de oito térmicas ao grupo gaúcho Bolognesi e a devolução de outras 12 por não ter condições financeiras para construir os parques geradores.
A situação do Bertin, que arrematou 31 térmicas nos leilões de 2008, agravou-se em 2011. Com dívidas em atraso e penalidades, o grupo contratou a Angra Partners para reestruturar o negócio. O caminho é saída quase total do setor.
O Bertin, depois de investir R$ 1,2 bilhão, ficará apenas com o controle de quatro térmicas. Na Nova Aratu, o Bolognesi será controlador com 51%, após aporte de R$ 300 milhões. No todo, de mais de 6 mil MW, os projetos da Bertin vão emagrecer 60%, para 2,4 mil MW. Ricardo Knoepfelmacher (conhecido como Ricardo K.), da Angra Partners e agora presidente da Bertin Energia, diz que o plano propõe uma solução ao governo, garantindo energia de reserva em 2013, mas depende de negociações de prazos e pagamento de penalidades.
Fonte: Valor Econômico/Por Ivo Ribeiro | De São Paulo
Instalar gerador solar em casa já vale a pena em 13 Estados
País tropical que até pouco tempo atrás ignorava o potencial da energia solar, o Brasil tem agora 13 Estados aptos a explorar em residências essa fonte alternativa, informa reportagem de Tatiana Freitas na Folha deste sábado.
A íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Embora o custo de produção continue alto, as elevadas tarifas pagas pelo consumidor de algumas regiões compensam a instalação de um microparque gerador de energia nas residências.
A energia solar custa cerca de R$ 500 o megawatt-hora no Brasil, valor quase quatro vezes superior à média dos leilões de energia entre 2004 e 2011, de R$ 122 o MWh.
O valor efetivamente pago pelo consumidor residencial, no entanto, está próximo do da solar, por causa dos custos de transmissão, distribuição e impostos, que não incidem sobre essa fonte.
"O custo da energia solar está muito acima dos valores praticados hoje [nos leilões], mas ela pode ter espaço nas residências", diz Alexandre Zucarato, gerente de Inteligência de Mercado da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Fonte: O Documento/Folha Online
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